É com muito prazer que publicamos a nossa estorinha número 100!
Esperamos que você se divirta com ela, assim com nós nos divertimos em escrevê-la 🙂

Hoje em dia a maçã é uma fruta que se encontra à venda em praticamente todos os lugares, mas a sua árvore não é nada comum de se ver por aí.
Heloísa está de férias com a família no nordeste do Brasil e todos se surpreendem com uma plantação enorme, que se espalha ao longo da estrada por onde estão passando.
– A maçã não é uma fruta que gosta de frio? – pergunta a mulher ao marido.
– Achei que era… – responde o homem, curioso também.
Depois dos apelos da menina, que disse que só viu macieiras nas revistas da Turma da Mônica, decidem parar e ver se é possível visitar o local.
Algum tempo rodando por uma estradinha de terra e deparam-se com uma porteira fechada.
O pai desce, olha para um lado, para o outro e não vê nada por perto. Quando já se preparava para voltar para o carro, ouve uma voz que lhe cumprimenta:
– Boa tarde senhor!
O homem vira-se e dá de cara com um garoto de uns dez anos de idade, pendurado na porteira.
– Olá, boa tarde! – responde o pai, já caminhando em sua direção.
– Até imagino que o senhor e sua família queiram conhecer nossa fazenda e comprar um pouco de maçãs – diz o menino.
Percebendo que o pedido que iria fazer é comum, o pai sinaliza que sim e o menino abre a porteira.
– O senhor me leve junto que eu lhe mostro o caminho até a casa.
A menina, que tem mais ou menos a mesma idade do menino, abre espaço para que ele entre.
– Muito prazer, meu nome é Samuel! – apresenta-se e mal dá tempo dos visitantes falarem nada, pois já emenda as explicações sobre o local, como se fosse um guia turístico.
– Essa é a Fazenda Eleonor! Minha família está aqui há quase vinte anos plantando maçãs! Meu pai diz que nós temos mais de dez mil pés da planta, mas eu acho que temos mais de um milhão! – diz firme.
Heloísa olha pela janela e fica maravilhada com as macieiras carregadas.
– Deve ser muito legal morar aqui e poder comer maçãs à vontade – arrisca nossa amiguinha.
Enchendo-se de orgulho, o menino confirma:
– É muito bom mesmo! Tem dias que nem vontade de ir à escola eu tenho, porque quero ficar andando por aí.
Olhando mais atentamente para Samuel, Heloísa comenta:
– Você me lembra o Chico Bento… Só falta o chapéu de palha…
– Heloísa! – diz a mãe com os olhos arregalados.
Aparentemente Samuel não conhece o personagem de Maurício de Sousa e antes de avisar que chegaram, comenta:
, então deve ser um guri muito bonito esse Chico…
Mãe e filha seguram o riso e o carro para.
Enquanto os pais conversam com o pessoal da fazenda, o menino convida nossa amiga para conhecer a plantação.
– Posso? Pergunta aos pais.
– Não vá muito longe… – pede a mãe.
Uma corrida leve e os dois já estão debaixo da primeira árvore.
Heloísa respira fundo e adora o cheirinho das frutas.
O menino, querendo aparecer, dispara:
– Pode apanhar uma fruta… Mas não puxe, gire-a para não quebrar o galho. Eu digo, porque sei que vocês, gurias da cidade, não estão acostumadas…
Nossa amiguinha, já com a maçã na boca, retruca:
– Até parece! No quintal da casa da minha avó tem uma jabuticabeira… Pegar fruta no pé não é novidade nenhuma para mim!
Isso é verdade, mas como ela mesma disse aos pais, é a primeira vez na vida que coloca os olhos em uma macieira.
Vem comigo, vou te mostrar a maior árvore que temos aqui. Ela já estava plantada quando meus pais vieram para cá – diz o menino, já embrenhando-se no meio da plantação.
– Nossa! Que grande! – é o que consegue dizer ao chegar perto.
– E você precisa experimentar dessa… É doce como mel de Jataí*!
A menina fica com água na boca, mas os galhos mais baixos da árvore estão muito longe do seu alcance.
Quando ela vira-se para dizer ao menino que não consegue, não o vê mais e leva um susto.
– Meu Deus, onde foi parar esse moleque? Será que ele me deixou sozinha aqui? – pensa, já apavorada.
– E aí, vai pegar ou não? – pergunta Samuel de cima da árvore.
– Como você subiu tão rápido aí?
– É a prática – responde, todo metido.
Uma mordida na fruta e ela derrete-se toda.
Uau! Quero levar um monte dessas!
Pulando do galho com algumas maçãs dentro da blusa, o menino torce o nariz:
– Acho que não… As frutas dessa árvore não estão à venda… É só para minha família… Mas olha, te dou algumas para você levar para os seus pais – diz Samuel, esticando as mãos em direção à menina, que agradece.
O tempo passou rápido e os meninos não se deram conta que já é tarde.
Heloísa entra no carro depois de se despedir de todos, remexe sua bolsa e pela janela entrega algumas revistas em quadrinhos para seu novo amigo, que agradece.
Uma folheada rápida e ele sorri.
– Não disse que o tal do Chico era bonitão?

* Jataí: tipo de abelha que produz um mel muito doce.

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