O despertador toca novamente, agora acusando 06:00 h.
Lá da cozinha, a mãe grita:
– Maria… Ô Maria! Levanta filha, você vai se atrasar para a aula.
Dois olhinhos preguiçosos se abrem, mas não são os da nossa amiguinha. É Piloto, o seu cachorrinho, que levanta, espreguiça e caminha até a cama.
Olha para a menina debaixo das cobertas e late, uma, duas vezes, até que vê um movimento e ouve alguns resmungos.
– Ah, é você? O que foi? Quer sair?
– O cachorro late novamente e olha para a janela.
– Meu Deus! Já amanheceu! Que horas são? Seis e dez? Estou atrasada! – grita Maria, enquanto pula da cama e corre para o banheiro.
Enquanto faz xixi, escova os dentes com uma das mãos e tenta pentear os cabelos com a outra.
Lava o rosto, seca e sai correndo para se trocar e aí…
– Ai, meu dedo! – reclama, em um misto de grito e gemido.
Na pressa, bateu com o dedinho na cama e sentada no chão choraminga:
– Que dor, que dor… ai ai ai!
Piloto, assustado com os gritos, se escondeu debaixo da cama, de onde só se vê os seus olhos brilhando.
Ai, puxa vida, como dói… será que vai ficar inchado? – diz, segurando o pé.
Procurando um culpado pelo incidente, aponta para o cachorro:
– A culpa é do “senhorito”! – acusa.
– Se não tivesse ficado fazendo bagunça até tarde, eu não teria perdido a hora e não estaria aqui no chão, com o dedinho doendo.
Piloto parece entender e mexe a cabeça enquanto late, como que se defendendo.
– O que? Como assim fui eu a culpada?
Antes que o diálogo pudesse continuar, a mãe chama novamente a menina, que sai pulando em um pé só, senta-se na cama e começa a trocar de roupa.
O cachorro está à sua frente, olhando desconfiado.
– Nós ainda não terminamos. Quando eu voltar da escola, vamos continuar a nossa conversa – avisa.
Sentindo que está sentada em algo, vai para o lado e reclama:
– O que isso está fazendo aqui? Olha a prova de que era o senhor que estava liderando a bagunça… o seu brinquedinho preferido, na minha cama! – diz, atirando o brinquedo para que o cachorro vá pegar.
Nisso a porta se abre e a mãe entra, para evitar que ambos se distraiam, comecem a brincar e a menina perca a hora.
– Acelerado mocinha! E o senhor já para o quintal tomar um solzinho!
– Mas antes vamos tomar o café da manhã, não é? – arregala os olhos a menina, enquanto abraça a mãe.
As duas saem rindo, com o cachorro pulando atrás.
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