Dona Olga era uma senhorinha ranzinza que morava sozinha numa casa com um grande quintal. Ela gostava de tranquilidade, mas as crianças da rua adoravam jogar futebol bem em frente à sua casa. Sempre que a bola caía no quintal dela, ela pegava a bola e furava, para desespero dos meninos.

Um dia, a bola bateu no portão de ferro e fez barulhão. Dona Olga saiu correndo atrás dos meninos com uma vassoura na mão, resmungando. As crianças corriam e riam, mas sempre voltavam para jogar novamente.

Certa tarde, Miguel, um dos meninos, deu um chute tão forte na bola que ela quebrou um dos vidros da janela da casa de Dona Olga. Furiosa, ela saiu da casa e exigiu saber quem havia quebrado sua janela.

Miguel, apesar de muito assustado, levantou a mão e com lágrimas nos olhos e cabeça baixa, disse: “Fui eu, Dona Olga. Me desculpe. Eu vou pagar o vidro quebrado.” – disse, com os amigos ao seu lado, abraçando-o.
A sinceridade de Miguel tocou o coração da velhinha. Ela percebeu que os meninos não eram tão terríveis assim e que tinham bons corações.

A partir desse dia, Dona Olga mudou. Ela não implicava mais com as crianças. Em vez disso, de vez em quando, ela os chamava para dentro e servia bolo e suco. Os meninos aprenderam a jogar com mais cuidado, principalmente no fim do dia, quando Dona Olga tirava seu cochilo.

E assim, a rua ficou mais alegre, com crianças brincando felizes e Dona Olga ganhando novos amigos.