Toda sexta-feira após a escola, Guga ia para a casa de sua avó Leonarda. Ele adorava passar os finais de semana com sua avó.
O quintal era grande e cheio de coisas velhas nas prateleiras de um ranchinho* que ficava no fundo, junto ao muro.
Como sempre o menino chegava gritando e era recebido com um cheiro maravilhoso de batatas fritas. Naquele dia foi diferente. Guga encontrou a avó sentada à mesa escolhendo feijões.
“Oi, vovó! O que você está fazendo?” perguntou, curioso.
“Oi, meu querido! Estou escolhendo o feijão para o nosso jantar,” respondeu a avó com um sorriso. “Você quer me ajudar?”
Guga ficou animado. Ele adorava ajudar a avó em suas tarefas. “Sim, vovó! Como eu faço isso?”
A mulher pegou um punhado de feijão e mostrou ao neto como separar os grãos bons dos ruins. “Veja, meu querido, precisamos tirar as pedrinhas e os grãos que estão estragados. Assim, o feijão que cozinhamos ficará perfeito.”
Guga começou a escolher os feijões com cuidado. Era quase como um jogo, onde ele tinha que encontrar as “pedrinhas escondidas”.
Enquanto trabalhavam, vovó começou a contar histórias de quando era jovem.
“Você sabia que quando eu era criança, eu e meus irmãos sempre ajudávamos nossa mãe a escolher o feijão? Nós cantávamos e contávamos histórias enquanto trabalhávamos. Era um momento muito especial para nós.”
O menino ouvia atentamente as histórias da vovó, imaginando como ela e seus irmãos eram quando pequenos. Eles riam juntos das travessuras e aventuras que ela contava.
Depois de algum tempo, encheram uma bacia com os feijões limpinhos e prontos para cozinhar. Vovó agradeceu a ajuda do neto com um beijo carinhoso na testa. “Muito obrigado, meu querido. Agora podemos cozinhar um delicioso feijão para o jantar.”
O menino se sentiu orgulhoso por ter ajudado a vovó. Ele aprendeu não só a escolher feijão, mas também valorizou o tempo especial que passaram juntos. E claro, ele mal podia esperar para saborear o jantar feito com tanto amor.
E assim Guga e sua avó compartilharam mais uma tarde cheia de aprendizado, histórias e muito carinho, mostrando que, às vezes, nas tarefas simples do dia a dia, podemos encontrar grandes momentos de felicidade e união.
ranchinho* diz-se no interior de São Paulo, para um espaço coberto, com paredes ou não, onde normalmente se guarda a “bagunça” que não tem um lugar na casa.