O sol aparece tímido por entre as nuvens, mas já aquece e dá um colorido todo especial à pequena faixa de terra que ainda resiste em meio à ocupação sem controle das indústrias e suas chaminés enormes e poluidoras.
Apesar do barulho de sirenes e máquinas gigantes é possível ouvir a água correndo por entre as pedras e o coaxar do sapo barrigudo.
As formigas já estão na labuta desde muito cedo e os passarinhos agora fazem algazarra por entre as folhas de um enorme abacateiro.
A dona coruja acabou de se acomodar em um canto para dormir, enquanto uma linda borboleta flutua silenciosa.
Pendurada na ponta de uma folha, está a joaninha com cara de preocupada. Parece que está ensaiando pular.
A borboleta passa por ela algumas vezes, até que, curiosa, pergunta o porquê dela estar parada ali, quase caindo.
– Eu estou tentando voar – responde a joaninha, tremendo.
Surpresa, a borboleta continua:
– Ué! E por que não voa?
Agarrada à folha que balança com o vento, a joaninha confidencia:
– É que eu não sei voar…
Achando que ela estava brincando, a borboleta mexe rápido suas asas, fazendo com que a joaninha perca o equilíbrio e despenque para o chão.
Quando vê que ela dá de cara com o chão e sai quicando, a borboleta desce para ver o que aconteceu.
– Por que você não voou?
Batendo a poeira do corpo, a joaninha reclama, brava:
– Você está louca? Quer me matar?
Assustada e arrependida da brincadeira, a borboleta justifica:
– Desculpe, eu pensei que você estava brincando… Também, onde já se viu uma joaninha que não sabe voar?
Mudando de irritada para envergonhada, a joaninha responde baixinho:
– Eu nunca tive ninguém para me ensinar…
– Mas e seus pais?
Abaixando a cabeça, responde triste a joaninha:
– Eu fui criada por uma família de cupins que me encontraram no oco de uma árvore.
A dona borboleta sente um aperto no coração e com os olhos cheios de lágrimas propõe:
– Eu posso te ensinar a voar… – arrisca.
Levantando os olhos animada, a joaninha grita:
– Sério? De verdade? Você me ensina mesmo?
Com um nó na garganta, a borboleta acena positivamente, enquanto a joaninha corre como louca gritando:
– Eu vou aprender a voar! Eu vou aprender a voar!
Depois de um tempão comemorando e contando para todo mundo a novidade, ela volta cansada e ofegante:
– Estou pronta!
Rindo, a borboleta pede que ela beba um pouco de água e descanse antes da primeira aula, mas ela está muito ansiosa e diz que quer aprender agora.
– Está bem, então vamos lá! – concorda a borboleta, que continua:
– Abra suas asas e bata bem forte…
Mal acaba de falar e a joaninha, afoita, começa a voar, só que lateralmente. Como não consegue controlar a direção, bate com a cara em uma árvore, arrancando risos na plateia que assiste à aula.
Toda torta ela grita de longe:
– Eu estou bem!
Ela levanta e tenta novamente, só que dessa vez caindo numa poça de água e molhando suas asinhas, que ficam encharcadas.
– Ih, com as asinhas molhadas você não vai conseguir – avisa a professora.
Visivelmente triste, mas ao mesmo tempo feliz porque conseguiu voar um pouquinho, a joaninha agradece:
– Tudo bem… Mais tarde você continua me ensinando?
A borboleta diz que sim e as duas vão, uma para cada lado, para se encontrarem antes do sol se pôr.

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