Nathália é pura manha.
– Eu avisei que você precisava de mais um filho! – diz a mãe de dona Silvia.
A mulher abre os braços, perguntando como seria possível cuidar da casa, do trabalho e de dois filhos.
– Do mesmo jeito que eu criei você e os seus irmãos! – responde a avó da menina.
Arregalando os olhos, dona Silvia reclama:
– Mas antigamente era diferente mamãe! Nós vivíamos na rua e a senhora não trabalhava!
Ignorando a justificativa da filha, dona Olga dispara:
– Você mimou demais essa menina…
Mal termina a frase e Nathália entra na cozinha, toda chorosa.
– O que foi bebê? – pergunta a mãe carinhosa.
A avó olha e torce a boca, como dizendo: “Está vendo só?”.
– Eu machuquei o joelho… – diz a menina com uma enxurrada de lágrimas molhando seu rosto.
– Deixa eu ver… Ô tadinha, ralou a pele… Vou pegar um curativo!
Dona Olga não se contém:
– Menina, você precisa parar de manha! Com a sua idade eu vivia com os joelhos e cotovelos todos machucados!
Nathália acabou de completar catorze anos, mas parece que ainda tem oito, de tão mimada que é.
Chora por qualquer coisa. Reclama do frio, do calor, do vento, da chuva e de tudo o que lhe incomoda.
– Mas eu caí e está doendo!
Nisso a mãe chega com o Band-aid e o Merthiolate.
– Não precisa passar o remédio! Só coloca o curativo! – grita a menina apavorada.
– Mas o Merthiolate não arde mais amor! E é importante para matar os bichinhos! – diz a mãe.
– Se arder é só assoprar que passa… – desdenha a avó.
– Não! Se assoprar você passa bactérias da boca para o machucado! – reclama dona Silvia.
– Ai, eu não aguento tanta frescura! – diz a avó enquanto sai da cozinha, brava.
– Viu como não dói? E agora você está protegida… Vamos colocar o curativo… – fala a mãe para a menina, que faz bico.
– Esse não! Eu quero o amarelinho… É mais bonitinho… – intima Nathália.
A mãe sabe que a filha às vezes exagera e até tenta mudar isso, mas o marido é quem mais faz as vontades da menina.
– O que você quer que eu faça? Eu só a vejo à noite! – justifica o pai.
Dona Silvia cuida da casa, trabalha meio período em uma imobiliária e também se sente um pouco culpada por não ficar mais tempo com a menina, mas sabe que tem que corrigir isso.
– Naty, nós precisamos conversar – diz a mãe, fechando a porta do quarto.
– Agora não! Estou assistindo Carrossel…
Calmamente a mãe vai até o televisor e o desliga, indo sentar na cama, sob os protestos da filha.
– Chega – diz séria.
Nathália arregala os olhos e emudece, pois sente que a mãe não está para brincadeira.
– Filha, você já está ficando mocinha, só que ainda parece aquela criancinha que eu carregava no colo de lá para cá…
A menina não consegue encarar a mãe, que continua:
– Eu sei que você só é assim manhosa aqui em casa… Na escola você se comporta de forma diferente…
Nathália chega mais perto da mãe e murmura:
– É que eu não quero crescer para vocês… Tenho medo que vocês deixem de gostar de mim…
A mãe se surpreende com a resposta da filha e fica sem reação.
– Se eu ficar mocinha agora, o papai não vai mais querer brincar comigo! – diz chorosa.
– De onde foi que você tirou isso filha?
De mãos dadas, Naty só chora.
A mãe, emocionada, tranquiliza:
– Não importa a idade que você tenha, você vai ser sempre a nossa menininha!
– Jura? – pergunta Nathália, apertando forte as mãos da mãe.
Respirando fundo e aliviada por descobrir o porquê da filha agir dessa forma, dona Silvia completa:
– Claro! Agora vamos deixar de manha e me ajude a preparar um jantar bem gostoso para o papai!
Mãe e filha se abraçam, levantam e enxugando as lágrimas vão para a cozinha.

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