Gabi chega em casa toda animada depois da aula.
Não que a menina não goste de estudar, mas a mãe estranha tanta animação:
– O que foi filha, viu um passarinho verde?
Colocando a mochila e um pacote no chão, a menina pede que a mãe pare tudo o que está fazendo e sente-se.
– Você terminou o seu quadro? – pergunta curiosa a mãe.
– Prepare-se para ver a oitava maravilha! – e com cerimônia continua:
– Se Picasso estivesse vivo, com certeza estaria aqui para ver esse momento histórico!
A mãe, eufórica, pede:
– Mostra, filha! Mostra!
De pé, com o nariz empinado, Gabi diz:
– Maestro, que rufem os tambores!
Ela agacha-se, pega o pacote, desembrulha e vai virando aos poucos, de olho na reação da mãe.
Os segundos seguintes parecem uma eternidade.
A mãe olha para o quadro. A filha olha para a mãe.
Quebrando o silêncio, a mãe diz com a voz meio engasgada:
– Uau… Gabi… Nossa… Inacreditável… Nem sei o que dizer… É tão… Sei lá…
Cheia de si, a menina atira-se no sofá com o quadro na mão e diz:
– Não é maravilhoso? – vibra, com os olhos brilhando.
– Se é, meu amor. Muito bonito – responde a mãe, ajeitando-se.
Então Gabi levanta, caminha até uma das paredes e decreta:
– Vai ficar aqui.
A mãe dá um pulo e argumenta:
– Não, filha! Seu primeiro quadro… Tem que ficar no seu quarto. Não podemos separar a obra do seu criador!
Visivelmente envaidecida, a menina confirma:
– Não, mamãe. Não posso privar a família e os amigos dessa obra-prima! O quadro fica aqui.
E antes que a mãe pudesse reagir, dispara com um sorriso no rosto:
– Fique tranquila. Em breve a casa estará cheia de quadros meus!
A mãe não consegue disfarçar a frustração. Não que o quadro fosse ruim, mas o abstrato não era o que ela entendia como arte.
A menina percebe a reação da mãe e deixa a imaginação voar, pensando que um dia ela pode ter desejado ser uma grande pintora, mas não teve o sucesso da filha. Por isso esse jeito meio desanimado.
Tadinha, acho que é uma invejinha boa – pensa.
Mas Gabi não é de esconder o que pensa e pergunta:
– A senhora está frustrada por nunca ter feito uma obra como essa? – diz de forma meiga, para não magoar a mãe.
A mãe caminha até a menina, sorri e responde:
– Eu tenho sim uma obra de arte e ela é muito melhor do que o seu quadro…
Gabi desvencilha-se da mãe, brava com a resposta e depois de algum tempo fazendo bico, pergunta irônica:
– E onde está essa maravilha, que eu nunca vi?
– Olhe no espelho… Minha obra de arte é você!
A filha não esperava essa resposta, por isso engole em seco e abraça a mãe, feliz.

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