Paulinha morava em uma casa confortável, em um bairro tranquilo. Ela tinha sete anos e adorava observar a natureza. Seu lugar favorito era a janela do seu quarto, de onde ela podia ver o quintal da vizinha Dona Ana. Dona Ana tinha um jardim lindo, cheio de flores coloridas que atraíam todos os tipos de pássaros e borboletas.
Todos os dias, bem cedinho, um beija-flor vinha visitar o quintal da vizinha. Ele era pequeno e rápido, com penas brilhantes que pareciam mudar de cor conforme a luz do sol. Paulinha o chamava de Luminho, por causa do seu brilho especial.
Luminho adorava beber água do bebedouro que Dona Ana colocava no jardim. Ele batia suas asas tão rápido que parecia flutuar no ar. A menina, fascinada, se sentava perto da janela e ficava um tempão admirando o beija-flor. Ela até desenhava Luminho em seu caderno de desenhos, tentando capturar cada detalhe.
Um dia, Paulinha decidiu que queria ver Luminho mais de perto. Ela pegou um pequeno bebedouro, encheu com água e pendurou na árvore do seu quintal. Com o coração cheio de expectativa, ela esperou.
No dia seguinte, Luminho apareceu, como sempre, no quintal de Dona Ana. Mas, para surpresa de Paulinha, ele logo voou até seu quintal e começou a beber água do novo bebedouro! Paulinha não conseguia conter sua alegria. Ela ficou imóvel, só observando, com um sorriso enorme no rosto.
Os dias se passaram e o pequeno beija-flor já era como se fosse da família, indo e vindo várias vezes ao dia para matar sua sede. Tão tranquilo ele se sentia ali, que até bebia água em um copo que a menina deixava na janela.