O sol nem apareceu direito ainda e o cheiro de café já começa a se espalhar pela vila.
Os cachorros da vizinhança latem sem parar para o caminhão do lixo que passa pela rua.
Sorrateiramente, Yuri e Leonardo caminham até a casa do “Seu” Antonio e colam os ouvidos na cerca.
– Hoje nós vamos descobrir, cara! – diz Leonardo.
– Tem que ser hoje! Eu já não aguento mais! – concorda Yuri.
Do outro lado da cerca, silêncio total.
O tempo passa, mas os amigos não desistem e aguardam, pacientes.
De repente um barulho de porta que range e alguns passos são ouvidos.
Barulho de água caindo e uma voz que conversa:
– Bom dia, meninas! Como passaram a noite?
Os meninos agora se esforçam para olhar pelas frestas da cerca, mas o máximo que conseguem ver é uma sombra.
Angustiado, Leonardo propõe uma medida drástica:
– Nós não temos tempo a perder! Daqui a pouco ele entra e nós não vamos descobrir quem são essas meninas com quem ele conversa – diz e ordena:
– Me ajuda! Vou tentar olhar por cima!
Yuri empurra por baixo e Leonardo, meio torto, vai chegando ao topo da cerca.
– Estou quase lá! Só mais um pouquinho… – sussurra Leonardo.
– Yuri! O que você está aprontando? Já para cá! – grita a mãe do menino da porta de casa.
Com o susto, o menino acaba deixando o amigo cair.
Ambos correm apressados para não serem vistos pelo “Seu” Antonio, que agora olha por cima da cerca.
Como a mãe do Yuri entregou a travessura dos meninos para a mãe do Leonardo, ambos ficam de castigo até a hora de ir para a escola.
– Agora só vamos ter outra oportunidade amanhã – reclama Leonardo, enquanto esperam a van da escola.
– De amanhã não passa! Nós vamos descobrir quem são as meninas que ele mantém prisioneiras no quintal! – diz Yuri.
Aquela noite demorou a passar e ambos quase não conseguem dormir, tamanha a ansiedade.
Outra manhã que começa do mesmo jeitinho. Sol preguiçoso, cheirinho de café e os dois meninos tentando chegar à casa do vizinho sem serem vistos.
– Vê se não vai dar mancada hoje de novo, Yuri!
– Eu? Foi você quem demorou a escalar a cerca! Até parecia uma menininha, de tão lerdo!
– Bom dia, meninos! Posso ajudar em alguma coisa? – diz “Seu” Antonio, que chegou sem os garotos perceberem.
De olhos arregalados, os dois tentam responder, mas só conseguem gaguejar.
– Estamos perdidos – pensa Yuri.
– Meu coração parou – pensa Leonardo, com as mãos no peito.
– Desculpe, não queria assustá-los! Vocês querem falar comigo?
Os meninos, congelados, sacodem as cabeças em negativa, mas uma voz que vem de baixo entrega:
– Eles querem saber o que tem no seu quintal e eu também!
Os três olham para baixo e lá está Pietro, o menorzinho da turma da vila, olhando para cima.
Naquele breve momento a vontade dos amigos era tapar a boca do menino, mas ele já havia entregue os dois. Então restava agora ver o que iria acontecer.
– Ah, então é isso o que vocês fazem todos os dias aqui? Estão curiosos para saber o que tem no meu quintal?
– É isso mesmo – dispara Pietro.
– Não seja por isso, vamos entrar então! – convida “Seu” Antonio.
Os olhos dos meninos brilham!
– Até quem enfim vamos descobrir o mistério que existe por trás dessa cerca – pensam.
Os quatro caminham até um pequeno portão e ao entrarem no quintal, começam a procurar pelas jaulas.
Andam no meio dos vasos com plantas de todos os tipos, mas não veem nada suspeito.
– Onde estão? – interroga Pietro.
– Quem? – pergunta o senhor.
– As meninas que o senhor tem presas no seu quintal – responde Pietro, sem papas na língua.
Yuri e Leonardo se preparam para correr, quando o senhor começa a rir.
– Você querem conhecer as minhas meninas?
Então “Seu” Antonio abre os braços e diz:
– Essas são as minhas meninas!
Os garotos olham em volta e Pietro dispara:
– As plantas?
Como o senhor responde que sim com a cabeça, o menino reclama, enquanto dá as costas em direção ao portão:
– Não acredito! Tanto mistério… Tanto tempo e planejamento, para isso? Plantas?
Os amigos detetives ficam um pouco frustrados, mas ainda com a pulga atrás da orelha.
– E ai Yuri, acreditou nele?
– Hum, não sei não Léo… Mas vamos ficar de olho! – responde e convida:
– Minha mãe está fazendo tapioca, está afim?
– Ôpa, vamos nessa – responde Leonardo, disparando na frente do amigo.

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