Era uma vez um pequeno morceguinho chamado Zico, que vivia em uma caverna no coração da floresta. Zico adorava voar entre as árvores durante a noite, à procura de suas frutas favoritas: mangas, bananas e figos. Ele era um morceguinho muito amigável, mas sempre estava assustado, porque as pessoas da vila próxima tinham medo dele e o chamavam de “vampiro”.
Zico não entendia por que as pessoas tinham tanto medo. Ele nunca machucou ninguém e nem se interessava por sangue, só gostava de suas frutinhas deliciosas. Sempre que ele voava perto da vila para encontrar frutas frescas, as pessoas gritavam e corriam para dentro de suas casas.
Uma noite, ele estava mais triste do que de costume. Ele voou para um campo de mangas, pensando em como poderia fazer as pessoas entenderem que ele não era um vampiro assustador. Enquanto comia uma manga bem docinha, Zico ouviu um choro vindo de um arbusto próximo. Curioso e preocupado, ele voou até lá para ver o que estava acontecendo.
Para sua surpresa, encontrou uma garotinha chamada Beatriz, que estava perdida e chorando. O morceguinho voou então até ela e disse com sua vozinha suave: “Não tenha medo, eu sou Zico. Eu só quero ajudar.”
Beatriz, ainda assustada, olhou para Zico e percebeu que ele realmente parecia amigável. “Eu estou perdida e não consigo encontrar o caminho de volta para casa”, disse ela entre soluços.
Zico pensou rapidamente e teve uma ideia. “Eu conheço bem essa floresta. Vou te guiar de volta para a vila”, disse ele com um sorriso tranquilizador.
E assim, Zico e Beatriz começaram a voar (ou, no caso de Beatriz, andar) pela floresta. Ele iluminava o caminho com suas asas, que refletiam a luz da lua. Aos poucos, Beatriz foi se acalmando e até começou a contar histórias sobre sua família e seus amigos. Zico, por sua vez, contava sobre suas aventuras em busca das frutas mais suculentas.
Quando chegaram à vila, Beatriz correu para a casa de seus pais, que estavam desesperados procurando por ela. “Mamãe, papai, eu estou bem! Foi o Zico que me ajudou!”, gritou ela com alegria.
Os pais de Beatriz ficaram surpresos ao ver Zico, mas quando ouviram a história de como ele salvou sua filha, perceberam que ele não era um vampiro assustador, mas um amigo precioso. Eles agradeceram Zico e espalharam a história por toda a vila.
Logo, todos na vila começaram a ver Zico de uma maneira diferente. Ele passou a ser conhecido como o “Morceguinho Frutinha” e não mais como um vampiro. As crianças adoravam brincar com ele e ouvir suas histórias sobre as frutas mais doces da floresta.
E assim, Zico finalmente encontrou a aceitação e o carinho que sempre desejou. Ele continuou a voar pela floresta, mas agora com um coração cheio de alegria e amizade.