Sorrateiramente Radar aproxima-se do aquário e num pulo alcança o pufe* ao lado.
Instintivamente os peixinhos nadam e se escondem atrás dos enfeites.
O gato ri e diverte-se com a traquinagem.
Um dos peixinhos então reclama:
– Você parece criança, cara! Quer nos matar do coração?
Feliz pelo resultado do susto, o gato pergunta irônico:
! Mas vocês tem coração? – e cai na gargalhada.
Respirando fundo o peixinho murmura:
– Não sei por que ainda dou atenção para você…
Secando o rosto e tentando parecer sério, Radar diz:
– Oras, vamos lá… Estou brincando com você!
E ajeitando-se melhor na almofada conclui:
– Você é muito estressado… Precisa tomar um banho frio para acalmar! – diz, não conseguindo segurar o riso, tanto que perde o equilíbrio e cai.
– Bem feito! – pensa o peixinho olhando para o gato estatelado no chão.
Ele até tem vontade de vingar-se e perguntar se as sete vidas dele acabaram, pois ele nunca viu um gato cair de costas. Mas o tempo vai passando e como Radar não se mexe, o peixinho começa a ficar preocupado.
– Meu Deus! Será que ele morreu? – pergunta outro peixinho com a cara no vidro do aquário.
– Vaso ruim não quebra – diz outro escondido mais atrás.
E quando menos esperam, o gato salta e bate com as patinhas no vidro, assustando-os novamente.
É assim o tempo todo.
A diversão dele é atormentar os pobres peixinhos.
– Desculpe, mas os incomodados que se mudem… Ops! Mas como é que vocês vão sair daí, não é mesmo? – diz, querendo ser engraçado, mas na verdade sendo cruel, tanto que o peixinho chama-lhe a atenção:
– Por que você faz isso? Você tem prazer em nos deixar tristes?
O jeito como ele diz isso faz com que o gato pare um pouco com as gracinhas e se defenda:
– Ei, mas o que eu estou fazendo de mais?
– Como assim? Você passa o dia nos assustando e humilhando… Tem peixinho que passa o tempo todo escondido e até já se sente meio enferrujado porque não pode nadar sossegado…
Radar tenta se segurar, torce a boca e olha firme para o peixinho… Mas não consegue e dispara:
– Enferrujado? Pois é… Eu já disse que vocês precisam se secar melhor depois do banho!
Pronto! Ele ri tanto, que quase perde o ar e despenca de novo para o chão, só que dessa vez para ficar se contorcendo e rindo sem parar.
O peixinho desiste e vai para o fundo do aquário.
Durante todo o dia o gato tenta em vão surpreender os peixinhos, que se amontoam em um canto, longe das vistas dele.
Os dias passam e Radar, não vendo sinal deles, resolve escalar a estante da sala para ter uma visão melhor.
Ufa! Eles não morreram… Mas por que será que estão tão lá no fundo?
E acenando grita:
– Ô peixinho! O que houve? Quero falar com você!
– Não vá! Esse gato não é confiável – dizem os amigos.
– É melhor eu ir. Acho que ele aprendeu a lição – diz o peixinho, já indo para frente.
Radar, com cara de que não está entendendo o porquê do sumiço dos peixinhos, reclama:
– Poxa, vocês não apareceram mais para brincar comigo…
O peixinho, fazendo careta responde:
– Você estava é com vontade de nos assustar, isso sim!
– Eu? – pergunta o gato cínico.
– É, você mesmo! – diz o peixinho bravo.
E sem dar tempo para que o gato retruque, continua:
– Você também vive nos humilhando só porque moramos dentro do aquário e não podemos sair para passear… Isso sem contar que vive caçoando de nós, porque não temos nome… Todos nós somos apenas “o Peixinho”!
Radar parece transtornado e fica pedindo desculpas, dizendo que não fazia por mal.
Os outros peixinhos vendo a cena, começam a se aproximar e até sentem pena do gatinho, que parece sinceramente arrependido.
– Me desculpem… Eu não sabia que vocês não gostavam das minhas brincadeiras.
Os peixinhos são muito legais, pois ficam consolando o gatinho e dizendo que está tudo bem.
Que bom! Agora todos são amigos de verdade!
Será?
Radar é terrível! Ele espera um momento em que os peixinhos estão distraídos e se joga para cima do aquário, batendo a barriga no vidro, dando um tremendo susto em todos.
Já no chão, ele sai rindo e resmungando:
– Peixinhos bobos…
Que coisa feia! Gatinho mau!

* pufe: tipo de banquinho almofadado

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