Era uma vez um garotinho chamado Lucas. Ele estava muito ansioso para o seu primeiro dia de aula, mas também muito nervoso. Não era por causa dos livros ou das lições, mas por causa das suas orelhas. Lucas tinha orelhas grandes e desde que se lembrava, sempre se sentia diferente por causa delas. Ele imaginava que as outras crianças na escola iriam zombar dele, fazer piadinhas e chamá-lo de “orelhas de abano”.

No primeiro dia de escola, Lucas ficou triste, olhando para o espelho, com o uniforme arrumado, mas com o coração apertado. Ele não queria ir à escola. “E se as crianças rirem de mim?”, pensou.

Mas sua mãe, que o amava muito, disse: “Meu filho, você tem algo especial. Suas orelhas podem ser grandes, mas elas são únicas, assim como você. A escola é um lugar onde todos nós podemos aprender e fazer amigos.” E com um beijo na testa, ela o mandou para a escola.

Quando Lucas chegou à escola, ele se escondeu um pouco atrás dos outros alunos, com medo de ser notado. Durante o intervalo, ele se sentou sozinho, olhando para as outras crianças que brincavam e riam juntas.

Foi quando uma menina se aproximou dele. Ela tinha um cabelo tão bagunçado, com mechas espetadas para todos os lados, que parecia um piquenique de insetos. “Oi, meu nome é Sofia! Você é novo aqui, né? Eu também sou”, disse ela com um sorriso tímido. Lucas ficou surpreso, mas também aliviado por ela não ter dito nada sobre suas orelhas.

“Oi, eu sou o Lucas. Eu… eu estava com medo de vir para a escola porque minhas orelhas são grandes. Tenho medo de que as crianças zoem de mim”, disse ele, encolhendo os ombros.

Sofia sorriu e disse: “Eu também tinha medo. Meus cabelos… bem, não são muito bonitos. São tão bagunçados que todo mundo acha que sou uma pessoa que acaba de sair de uma tempestade!

Lucas sorriu e começou a se sentir mais tranquilo. Foi quando ele viu um menino muito magro, com os braços fininhos, e uma menina muito baixinha, com bochechas rosadas e um sorriso encantador. Eles também estavam sozinhos e ele percebeu que, assim como ele, eles estavam com medo de ser diferentes.

“Oi, eu sou o Miguel”, disse o menino magro. “Eu sou bem magrinho e, às vezes, as crianças falam que eu sou fraco. Eu não gosto disso, mas tento não ficar triste com isso.”

“Oi, eu sou a Clara”, disse a menina baixinha. “Eu tenho medo que as crianças me confundam com um bebê. Mas, sabe, eu adoro ser quem eu sou e você também deve gostar de ser do jeitinho que é!”

E foi assim que Lucas descobriu que todos, até mesmo aqueles que ele achava perfeitos, tinham algo que os fazia se sentir inseguros. Juntos, eles perceberam que as diferenças eram o que os tornavam especiais.

A partir daquele dia, Lucas não se importou mais com suas orelhas grandes. Ele aprendeu que o mais importante não era o que os outros pensavam sobre ele, mas o que ele pensava de si mesmo. E ele sabia que com os amigos ao seu lado, nada poderia afetá-lo.

E assim, Lucas, Sofia, Miguel e Clara se tornaram grandes amigos e na escola ninguém mais se importava com as diferenças, porque todos estavam felizes do jeitinho que eram.