Desde que ganhou um telescópio de sua tia, Gael não sai da janela do quarto.
Quer encontrá-lo? Basta ir à sua casa, de dia ou de noite.
– Menino, você não vai mais brincar na rua com seus amigos? – pergunta a mãe preocupada.
Sem tirar os olhos do céu ele apenas responde:
– Agora não posso. Estou estudando.
Durante o dia ele fica decorando um livro enorme sobre astronomia, que comprou juntando os trocados que ganhou carregando compras no mercado para as vizinhas, tirando o mato das calçadas e vendendo as latinhas que ia encontrando no caminho da escola.
De noite ele fica observando o céu, como quem necessita conhecer cada cantinho dele.
– Eu sonho em ser astronauta! Não posso mais ficar perdendo tempo brincando na rua! – diz o menino, que ainda não completou doze anos de idade.
A tia vem visitá-lo com frequência, pois está se sentindo culpada pela mudança de comportamento dele.
– Puxa Vilma, se eu soubesse que isso ia acontecer, tinha dado outro presente… – desculpa-se a tia para a mãe do menino.
Dona Rita tranquiliza a cunhada, lembrando que o filho sempre teve adoração pelo espaço.
– Bom, pelo menos quando você vem aqui, ele desgruda um pouco daquele troço e come algo… Por favor, vá lá vê-lo e leve esse lanchinho… – pede a mãe.
– Tia! – grita o menino todo feliz.
– Vem ver a lua com está linda! – intima.
– Deixe-me ver… Enquanto isso vai comendo esse sanduíche, que está uma delícia – diz a tia.
– Nossa, mas está uma beleza mesmo! – completa, maravilhada com a imagem da lua em detalhes.
Gael adora conversar com a tia, primeiro porque o presente foi dela e depois porque ela adora as suas estórias.
De boca cheia ele conta seus planos futuros:
– Eu vou juntar mais dinheiro e comprar um adaptador para ver as imagens no computador! Vai ser irado! – anima-se.
Com jeitinho a tia vai perguntando sobre a escola e os amigos e percebe que é um assunto do qual ele não gosta.
– Os meninos ficam brincando comigo, dizendo que eu vivo no mundo da lua… – reclama.
A tia, fazendo careta pergunta:
– Ué e isso não seria bom? Você quer tanto conhecer lá em cima…
Hum… Pensando bem, não seria ruim… – responde desfazendo a cara triste.
Pegando a mão do sobrinho, a tia conversa num tom mais sério:
… Será que você não está exagerando um pouquinho? – diz olhando bem nos seus olhos.
O menino levanta a cabeça, como que não entendendo onde a tia quer chegar.
– Olha… Eu sei que você se afastou dos amigos… Por isso eles ficam caçoando de você… Eles sentem a sua falta e estão tentando trazer você de volta para terra – diz, mudando um pouco o tom, assumindo um ar mais brincalhão.
Ele esboça um sorriso e continua prestando atenção.
– Você ainda é muito novo para ficar o tempo todo dentro de casa – fala a tia, agora se ajeitando na beira da cama.
– Eu acho que dá para você se relacionar com os seus amigos e ainda ficar bastante tempo admirando o céu. Você precisa dosar um pouco isso… Criança precisa brincar… Criança precisa de amigos!
Com ar de pensativo o menino promete à tia que vai passar mais tempo com os amigos.
– Ótimo! Mas agora me mostre uma estrela bem bonita!
– É para já! Vem cá tia, olha só… Essa é a Deneb, na constelação do Cisne…
E assim os dois passam bons momentos observando as estrelas, mas no dia seguinte Gael passou a tarde toda jogando bola com os amigos.

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